segunda-feira, 31 de março de 2014

JUSTIÇA APLICADA AO GOVERNO

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"Somente na proporção em que os governos dos países cristãos baseiam suas administrações no mais elevado nível do pensamento cristão, os direitos de seus cidadãos são adequadamente protegidos e defendidos. Se uma autoridade governamental falhar ao administrar sua justiça, seja por negligência, ou deliberadamente, a Ciência Cristã oferece uma maneira pela qual cada cidadão pode, individualmente, provar que há um poder divino que, aplicado com compreensão, opera as mudanças necessárias. [...]

 

O que fazer se uma autoridade pública tirânica  controla o governo, e a injustiça lavra desenfreadamente? Como se pode tornar prática a aplicação da justiça nesse caso?"  

 

 

Para  saber  as  respostas  para  estas  perguntas, 

leia  um  artigo muito estudado por cientistas cristãos  do Brasil,  na década de 1970.

Publicado pelo O Arauto da Ciência Cristã.

 

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Justiça Aplicada ao Governo

 

NEILSON P. WELLS

 

A justiça é a pedra fundamental de um govêrno justo. A luta para conseguir liberdade individual, de acôrdo com a lei, vem ocorrendo contìnuamente através dos séculos. Se bem que tenha havido retrocessos nessa luta, e, por vêzes, o progresso haja diminuído de ritmo até quase estacionar, devido a autoridades despóticas, os passos para frente jamais cessaram completamente. Através das páginas da história, não existem registros mais inspiradores do que essa luta.

O que é a justiça verdadeira? A Ciência Cristã  conclui que a verdadeira justiça é espiritual, não é humana. É proclamada, sustentada e mantida por Deus. Portanto, é eterna, inflexível e suprema. O mais elevado conceito de justiça humana modela-se segundo a justiça divina.

A Bíblia acha-se repleta de referências a um Deus justo, um Deus que não faz acepção de pessoas, e é um administrador imparcial da justiça divina. Um dos trechos bíblicos que reafirmam isso, diz: “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nêle injustiça; é justo e reto” (Deuteronômio 32:4).

Cristo Jesus ensinou o significado divino de justiça quando disse (João 5:30): “Na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo porque não procuro a minha própria vontade, e, sim a daquele que me enviou.”

Somente na proporção em que os governos dos países cristãos baseiam suas administrações no mais elevado nível do pensamento cristão, os direitos de seus cidadãos são adequadamente protegidos e defendidos. Se uma autoridade governamental falhar ao administrar sua justiça, seja por negligência, ou deliberadamente, a Ciência Cristã oferece uma maneira pela qual cada cidadão pode, individualmente, provar que há um poder divino que, aplicado com compreensão, opera as mudanças necessárias.

Essa religião vem suprindo uma nova forma de se conseguir a ação da justiça no govêrno. Expõe os perigos de não se compreender que evitar a justiça e desculpar a conduta criminosa, sob qualquer forma, nunca ajuda o criminoso, mas deixa-o livre para repetir a ofensa contra a sociedade, e a continuar desenfreado em seu curso decadente. A violência não toma o lugar das formas legais de justiça. O desafio à lei conduz, em última instância, à anarquia, enquanto que a obediência à lei torna possível dar os passos legais corretos a fim de sanar as injustiças.

A Ciência Cristã mostra como a autoridade pública justa pode ser mantida ao exercer a justiça. Podemos declarar, com compreensão, que a ação da justiça pública está sob o contrôle da Mente única, Deus. A mente mortal mesmérica, o magnetismo animal ou o pensamento egoísta e negativo não pode governar sua administração, nem ocasionar êrro de julgamento.

O Senhor Deus onipotente reina nos afazeres dos homens. O govêrno está sobre os ombros do Seu Cristo. A orientação divina dá origem a decisões a serem tomadas, não de um ponto de vista pessoal, mas de uma base de pensamento orientada por Deus, a respeito do que é melhor para um maior número de indivíduos.

O que fazer se uma autoridade pública tirânica controla o govêrno, e a injustiça lavra desenfreadamente? Como se pode tornar prática a aplicação da justiça nesse caso? Compreendendo firme e ativamente que Deus é tudo, é onipotente, onipresente e onisciente. Que Deus está sempre à disposição e é bom, não importa o que o testemunho dos sentidos proclamem.

Sabendo que o que não é de Sua criação perfeita, é mera suposição da mente mortal ou carnal e não a verdade do ser. O pensamento elevado acima do temporal e material para a compreensão do homem como a imagem e a semelhança espiritual de Deus, encontra-se sujeito sòmente a Seus decretos, intocado pelas discórdias mortais. Dessa forma o mal torna-se cada vez mais irreal para nós. Na verdade, êle é realmente inexistente.

Conseguimos ser livres da injustiça graças ao reconhecimento de que é verdadeiro sòmente aquilo que é real. Mantendo nosso pensamento aliado a Deus, declarando o fato de que nossa identidade está isenta de atritos, teremos a capacidade de rejeitar a crença de que a injustiça possa perpetuar-se em nossa existência.

À medida que o pensamento disciplina-se dessa maneira, as incômodas pressões da injustiça afetam, cada vez menos, a nossa existência humana. Então, vemos que a neblina da mente mortal é apenas ficção, e revela-se-nos a sempre-presente realidade de Deus, o Espírito, e Seu reflexo, o homem. À medida que compreendemos melhor os fatos do govêrno divino, a realidade da justiça divina se torna aparente e as reformas que se fazem necessárias nas atividades governamentais, começam a se concretizar.

Ora, consideremos o conceito de justiça que o futuro pode apresentar aos cidadãos do mundo. Em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany (A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Miscelânea, p. 265) Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, respondeu a uma pergunta sôbre o que deveria significar o último dia de Ação de Graças do século dezenove.

Significa, diz ela, entre outras coisas, “que o espírito do Cristo lavará da terra o sangue humano; que a civilização, a paz entre as nações e a fraternidade dos homens será estabelecida, e a justiça não pleiteará em vão em favor dos direitos sagrados dos indivíduos, dos povos e das nações.” E, mais adiante, “que a agricultura, a manufatura, o comércio e a riqueza devem ser governados pela honestidade, a diligência e a justiça, abrangendo tôdas as classes e todos os povos.”

Com a descoberta da Ciência Cristã, uma nova dimensão foi acrescentada ao conceito de justiça comumente aceito, e expressa-se da seguinte maneira: Deus a dispensar justiça aos homens, Sua descendência; e o homem, graças à sua compreensão espiritual da Divindade, conhecendo e demonstrando a sua liberdade, livre de ameaças, como o filho perfeito de um Pai-Mãe perfeito.

Nas sociedades democráticas, a forma de justiça ministrada pelas autoridades governamentais assemelha-se à forma de justiça praticada em suas próprias vidas pelos membros da sociedade, individualmente. Cada indivíduo é responsável por sua atitude em relação ao seu próximo. Os efeitos cumulativos da justiça ou da injustiça praticada pelos indivíduos afetam diretamente o pensamento dos que se acham investidos de autoridade.

Assim, cada membro da sociedade tem um papel vital no avanço da idéia de justiça em sua comunidade. A justiça é contagiante. Uma palavra ou ação correta traz um conceito mais elevado de distribuição justa a todos os que são atingidos por seu exemplo.

Cada um de nós é capaz de seguir esta simples injunção: Que cada homem aja com justiça para com seu próximo. Se fôsse esta realmente a pedra angular da edificação do caráter de cada indivíduo, quanto mais longe alcançaria e quão expansiva seria a influência das vidas assim dedicadas!

No livro de Miquéias, lemos (6:8): “Êle te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?”   Mrs. Eddy diz: “Os indivíduos, tal como as nações, unem-se harmoniosamente, baseados na justiça, e isso se concretiza quando o eu desaparece no Amor - ou seja, o próprio plano de salvação elaborado por Deus. «Agir com justiça, e amar a misericórdia, e andar humildemente» é o padrão da Ciência Cristã” (Miscellany — Miscelânea, p. 283).

Os estudantes de Ciência Cristã que ativamente praticam sua religião, já estão demonstrando em suas próprias existências que suas atitudes mentais com respeito ao funcionamento da autoridade pública afetam grandemente suas vidas e suas relações com a comunidade. Estão provando que têm o dever cívico de apoiar uma administração honesta em seus esforços para governar corretamente.

Se a administração mudar de rumo e uma era de injustiça surgir, assim mesmo, os estudantes de Ciência Cristã podem manter um equilíbrio e uma liberdade mentais baseados na natureza pura e eterna do homem como uma idéia de Deus. E comprovam que tal atitude mental pode elevar a humanidade para fora do esfôrço e da tensão de tal período e ajudar na concretização das reformas que se fazem necessárias. Assim, a Ciência Cristã avista um futuro radiante de justiça, e um surto de progresso a surgir para o bem da raça humana.

 

Mrs. Eddy escreve em Miscellaneous Writings (Escritos Diversos, p. 277):

“A justiça espera, e está acostumada a esperar; e o direito conquista a vitória eterna.”

 

Fonte: O Arauto da Ciência Cristã, edição em português, de outubro de 1970. Publicado originalmente, em janeiro de  1969, no The Christian Science Journal. The Christian Science Publishing Society, todos os direitos reservados.

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domingo, 16 de março de 2014

A CURA POR MEIO DO EXERCÍCIO DO PODER DA MENTE SOBRE A MATÉRIA

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A Cura por meio do exercicio do poder da Mente sobre a matéria

 

O sólido conceito da "bola de bilhar" acerca dos componentes atômicos da matéria está desatualizado em vista da moderna física atômica. No entanto, a Ciência Cristã vai muito além, ao revelar que a matéria é totalmente insubstancial. Reconhece que Deus, o único criador, é o Espírito, a Mente divina, e que Sua criação (o único universo verdadeiro) é exclusivamente espiritual. Apesar da aparente substancialidade da matéria, a Sr.a Eddy diz: "O átomo material é uma falsidade delineada pela consciência, que só pode acumular evidência adicional de consciência e de vida agregando uma mentira a outra mentira." 1

Se compreendemos que um único átomo é uma falsidade então somos capazes de compreender que o vasto complexo de átomos que a humanidade vê na crença de um mundo material, bem como na de um corpo material, é também "uma falsidade delineada pela consciência" - a simples objetivação do falso pensamento mortal. Assim, se nos defrontamos com um caso de discórdia e doença, podemos rejeitá-lo porque faz parte da falsidade de uma mente irreal. Podemos substituílo por pensamentos verdadeiros da única Mente real e divina. Isso corrige a falsa crença e, ao melhorar os objetos da consciência, cura a discórdia e deixa livre o corpo.

A Mente divina, Deus, ou a Verdade, destrói a crença na matéria e em seu discordante sentido de vida assim como a luz destrói a escuridão. A Bíblia diz: "Ele faz ouvir a sua voz e a terra se dissolve," e ela registra muitos milagres que ocorreram por meio da compreensão do poder de Deus.

Se estamos sofrendo de uma condição material anormal, podemos sempre exercer o poder da Mente a fim de substituir pela verdade espiritual o pensamento falso e discordante que produziu tal condição. Mas se usarmos a vontade humana — o mero esforço de trocar uma crença mortal por outra — tornamos o problema mais complexo pois estaremos "agregando uma mentira a outra mentira". Precisamos reconhecer a natureza continuamente perfeita e espiritual do universo de Deus e o poder da Mente divina para governar a substância, a atividade e as funções do homem. Então a discórdia será destruída e a evidência física discordante cederá à realidade espiritual e harmoniosa.

1 Unity of Good, pp. 35-36; 2 Salmos 46:6.

 

Fonte: O Arauto da Ciência Cristã, edição de dezembro de 1974. The Christian Science Publishing Society, todos os direitos reservados.

Leia neste blog: A PRÁTICA DA CURA ESPIRITUAL NA CIÊNCIA CRISTÃ.

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domingo, 9 de março de 2014

CONTROVÉRSIAS SOBRE A CRIAÇÃO UMA REFLEXÃO PROFUNDA

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Warren Bolon, da equipe do Sentinel, conversou com o Praticista e Professor de Christian Science (Ciência Cristã), Nathan Talbot e com o Dr. Doyle, um importante pesquisador que estuda os planetas extra-solares para o SETI Institute, em Mountain View, no estado da Califórnia, e também dá conferências públicas sobre a Christian Science.

Eles conversaram sobre as várias teorias da criação e, sobre seu modo de ver, como Cientistas Cristãos, esse debate cada vez mais acalorado, entre religiosos e cientistas.    

 

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 Laurance Doyle, reside em Mountain View, CA, USA. Obteve grau  MSc.  na Universidade Estadual de San Diego (1982),    Ph.D. na Universidade de Heidelberg (1986). Trabalha como Astronomo no SETI  Institute  e NASA  Ames Research Center. Serviu a Primeira Igreja de Cristo, Cientista, A Igreja Mãe,  em Boston, EUA, como palestrante. Em outubro de 2013, no Centro Cultural Skirball, em Los Angeles, California,  em sua palestra "Física e Metafísica", conversou sobre como   as limitações da matéria estão sendo quebradas e como a ciência moderna está questionando  pressupostos estabelecidos. 

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Controvérsias sobre a criação uma reflexão profunda

 

          Nathan Talbot, Warren Bolon e Laurance Doyle

 

 

Como se originou a vida? Quem ou o que deu início a todas as formas de vida? Um debate que esteve morno nos últimos 150 anos, recentemente voltou a se aquecer, em particular, sobre o que é ensinado como ciência nas escolas públicas americanas.

Do lado religioso da questão, o criacionismo promove uma interpretação literal dos dois relatos da Bíblia sobre a criação, conforme constam em Gênesis, capítulos 1 ao 6: que todas as coisas e criaturas foram criadas por Deus em sete dias do calendário, que Adão foi o primeiro homem e Eva a primeira mulher, e que a criação ocorreu, literalmente, em um "jardim do Éden".

Mais recentemente, os que apóiam a teoria do assim-chamado “design inteligente” (a existência de uma inteligência que projetou o design) aceitam, de forma geral, as teorias científicas, incluindo a do “Big Bang” (na qual o universo se originou de uma grande explosão) e a da evolução, mas argumentam que, embora os planetas, os animais e os seres humanos possam ter se desenvolvido ao longo de milhões de anos, a complexidade das formas de vida e os notáveis avanços da humanidade, apontam para uma obra intencional de um “designer inteligente” divino.

Na comunidade científica, o conceito de que a Terra e as formas de vida se desenvolvem, ao longo do tempo, surgiu, pela primeira vez, no campo da geologia, diz o astrofísico Laurance Doyle. O geólogo inglês Charles Lyell e outros cientistas desenvolveram teorias evolucionistas no início do século XIX.

O futuro pai da biologia evolucionista, Charles Darwin, foi fortemente influenciado pela leitura da obra de Lyell, “Os Princípios da Geologia” (The Principles of Geology). Inicialmente, Darwin tinha em vista o sacerdócio, mas seus interesses com relação ao problema da teodicéia talvez possam ter contribuído para o seu posterior agnosticismo. Teodicéia é a defesa da bondade e da supremacia de Deus em face da existência do mal.

Warren Bolon, da equipe do Sentinel, conversou com o Praticista e Professor de Christian Science, Nathan Talbot e com o Dr. Doyle, um importante pesquisador que estuda os planetas extra-solares para o SETI Institute, em Mountain View, no estado da Califórnia, e também dá conferências públicas sobre a Christian Science.

Eles conversaram sobre as várias teorias da criação e, sobre seu modo de ver, como Cientistas Cristãos, esse debate cada vez mais acalorado, entre religiosos e cientistas.

 

Nathan Talbot: O que vemos com relação a essas teorias, ou seja, o criacionismo, o evolucionismo e o design inteligente, são sinais de gigantescas forças do pensamento entrando em conflito sobre a realidade. Qual é a natureza, a substância e a origem da realidade? Essas são questões de suma importância. Poderíamos presumir que é apenas um debate muito significativo sobre o que ensinar nas escolas, mas, por trás dele, existem essas questões importantes sobre a origem da existência.

 

Os cientistas saem perdendo por deixarem o sagrado de fora, quando o separam da ciência. A Christian Science resolve o debate. A criação é sagrada e científica.

 

Warren Bolon: Alguns críticos da teoria do design inteligente argumentam que não há nenhuma prova que a sustente e nenhuma maneira com a qual se possa testar sua validade.

Laurence Doyle: De certa forma, a defesa de que não seja científica se encontra, freqüentemente, sobre um terreno muito frágil. Se olharmos para áreas como a da teoria da informação, por exemplo, retirar complexidade do acaso fica muito difícil, se não impossível. O mesmo é válido para o desenvolvimento das moléculas biogênicas.

 Nathan Talbot: As preocupações dos cientistas sobre o design inteligente são, na maioria das vezes, mais contra o criacionismo propriamente dito, do que sobre o design inteligente, que se sustenta por seus próprios méritos.

 Warren Bolon: Eles acham que o design inteligente é um “cavalo de Tróia” para criacionismo?

 Laurence Doyle: Sim, os cientistas realmente o relacionam com o criacionismo, e, muitas vezes, assumem a posição de que os estudiosos das ciências naturais já compreendem completamente o que a vida é, o que não é o caso.

 Nathan Talbot: Não existe aquela clássica ilustração? Se, caminhando por um campo arado, olhássemos para a terra revolvida e encontrássemos um relógio de pulso, talvez, ao examiná-lo, pensássemos que o design inteligente tivesse participado de sua fabricação, devido à natureza complexa do objeto.

Ou, poderíamos dizer: “Não, foi simplesmente pela seleção natural que esse relógio acabou se desenvolvendo nessa terra”. Mas, a maioria de nós diria: “Existe alguma inteligência que contribuiu para o desenvolvimento desse relógio”. Por dedução, as pessoas olham para o universo e dizem: “Espere um pouco. Deve haver algum tipo de inteligência que juntou tudo isso”. 

Laurence Doyle: O ribossoma, a molécula que forma o DNA, por exemplo, é de complexidade mínima, mas necessária para que os sistemas biológicos se multipliquem e podemos calcular o que seria necessário para o surgimento dessa molécula por processo aleatório, uma vez que podemos fabricá-la no laboratório. Se tivéssemos todos os elétrons no universo para reações químicas aleatórias, ainda assim levaria um trilhão de vezes a idade do universo para fabricar uma dessas moléculas por processos totalmente aleatórios.

Há cálculos como esse que podem mostrar que a palavra aleatório não se aplica. Portanto, é importante dizer aos cientistas: “Está bem, vejam, nós não sabemos ainda o que é a vida. Vamos parar de fingir que sabemos e parar de usar aquilo que é aleatório como argumento para a nossa ignorância”.

Nathan Talbot: Existem, certamente, muitas pessoas no mundo científico que são religiosas. O design inteligente é atraente sob alguns aspectos, porque ele proporciona uma oportunidade para as pessoas religiosas de recolocarem Deus no centro de Sua criação, enquanto o evolucionismo, ou seleção natural, tira Deus facilmente dessa criação. Portanto, até certo ponto, acredito que o conceito do design inteligente ganha adeptos porque considera Deus na criação.

Laurence Doyle: Se pedirmos às pessoas para escolher entre o sagrado e o científico, a maioria vai optar pelo sagrado, porque é o mais importante. Acho que os cientistas saem perdendo por deixarem o sagrado de fora, quando o separam da ciência. É aqui que entra a Christian Science e resolve o debate. A criação é sagrada e científica. Existe muita coisa na ciência que é sagrado, ou seja, a idéia de ordem, as leis que estão por trás da criação, na matemática que se aplica para se compreender a natureza, etc.

Nathan Talbot: A Christian Science é a resposta final para se descobrir que a ciência e a religião estão em acordo e não em guerra.

Laurence Doyle: É importante estar alerta e não permitir que o fundamentalismo defina duas opções limitadas sobre a criação. De um lado, há o fundamentalismo exacerbado da religião, que pode perder a questão, aceitando ensinamentos metafóricos de forma literal. Contudo, existe também um fundamentalismo literal na comunidade científica, que é chamado de “materialismo”. O materialismo é uma ciência fundamentalista. Ela interpreta a forma como causa, ao dizer, por exemplo, que o tempo está dentro do relógio, que o relógio é que guarda o tempo, portanto investigamos o tempo ao dissecar o relógio. Por essa razão, pode-se também perder a questão, ou seja, o princípio subjacente, com esse tipo de abordagem “literalista”.

 Nathan Talbot: Suponho que o criacionismo e o design inteligente têm uma similaridade fundamental, porque ambos têm pesquisado de que forma Deus projetou a matéria. Portanto, eles estarão eternamente combatendo a teoria da evolução, ou seja, que a matéria projetou a matéria. Todos os três grupos: os criacionistas, os evolucionistas e os proponentes do designer inteligente, podem continuar se preocupando interminavelmente sobre a questão de como a matéria foi criada ou tenha se desenvolvido. Parece-me que é aqui que entra em cena a Christian Science e diz: “Espere um pouco, essa é a pergunta errada”.

 Laurence Doyle: Sim. A matemática não está no giz. Podemos ver a matemática expressa, de certo modo, olhando para o que está corretamente escrito a giz no quadro-negro, mas a matemática nunca está no giz. Além disso, o argumento sobre se a matemática entrou no giz há muito tempo por acidente, ou muito mais tarde por meio de um projeto, começa com a premissa incorreta sobre o que a matemática realmente é; ela não é giz. Portanto, precisamos recuar e dizer: “Está bem, é mais importante perguntar: Qual é a realidade neste momento”?

Isso nos ajuda a determinar as perguntas certas a serem feitas sobre o ser. Em seu livro Não e Sim, Mary Baker Eddy escreveu: “O homem é mais do que uma personalidade física, ou aquilo que percebemos através dos sentidos materiais. ... O homem sobrevive às definições finitas e mortais de si mesmo, segundo a lei da 'sobrevivência do mais apto'. O homem é a idéia eterna do seu Princípio divino, ou Pai” (p. 25). Portanto, a Christian Science realmente tem uma lei da sobrevivência do mais apto. O “mais apto” é a realidade espiritual do homem, ou seja, a vida que não é mortal, que não está na matéria; por essa razão, esse homem real espiritual sobrevive porque essa é a verdadeira criação.

 

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Podemos ver a matemática expressa, de certo modo, olhando para o que está corretamente escrito a giz no quadro-negro, mas a matemática nunca está no giz.

 Warren Bolon: Algumas pessoas talvez pensem que, devido ao fato de a Christian Science estar centrada em Deus, os Cientistas Cristãos estariam entre aqueles cristãos que rejeitam totalmente a teoria da evolução de Darwin. No entanto, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras diz: “... a teoria de Darwin, de que a evolução provém de uma base material, é mais coerente do que a maioria das outras” (p. 547). Mas, a Sra. Eddy continua a avançar a partir daí.

Laurence Doyle: Sim, ela continua explicando que a teoria básica de Darwin é a de que a matéria se desenvolve por si mesma e que é nesse ponto que ele erra. A evolução é uma teoria autoconsistente somente se estivermos examinando a evidência do sentido material, e é aí que ela erra. Essa teoria não lida com uma causa espiritual primária ou com o Princípio divino.

Nathan Talbot: Aqui é onde o sentido espiritual é necessário. Quando a Sra. Eddy levanta a questão: “Não foi isso uma revelação em vez de uma criação”? (Ibidem, p. 504), ela abre a porta para o reconhecimento do que realmente aconteceu: “Haja luz”. Toda essa idéia de revelação é um conceito extraordinariamente diferente da realidade. Na verdade, ela está traçando uma linha de demarcação entre o primeiro e o segundo capítulos do Gênesis. Criacionismo, evolução e design inteligente essencialmente lidam com o segundo capítulo do Gênesis para elaborar seus conceitos, ao passo que a Sra. Eddy conduz o pensamento para o primeiro capítulo, e diz: “Aqui está. É uma revelação da existência espiritual em vez de uma criação da matéria”.

Laurence Doyle: Seria difícil encontrar um contraste melhor. Em Gênesis 1, as plantas do campo foram criadas, e tudo era bom. Então, no capítulo 2 uma planta, ou seja, uma árvore no meio do jardim, é tanto boa como má. Primeiro, todos os animais são criados “muito bons”; depois, aparece uma serpente que tenta, e assim por diante.

Nathan Talbot: Adão deu novos nomes a essas coisas e criaturas e as reidentificou como materiais, mas a Sra. Eddy as traz de volta à sua natureza original e verdadeira como espirituais, que é o que elas sempre foram e sempre serão.

Laurence Doyle: Além disso, a criação é contínua, como também tem de ser a realidade espiritual. A criação é agora; ela não foi concluída por um criador e depois deixada para que fosse governada pelas leis da matéria. John Wheeler, que foi colega de Einstein e Professor Emérito de física na Universidade Princeton, chamou a maneira de ver as coisas da emergente física quântica de "o universo participativo". Isso quer dizer que, de acordo com as últimas descobertas da física, parece haver uma natureza contínua à criação, que a criação é um acontecimento atual. Não é algo que ocorreu há muito tempo. Além disso, pelo menos de acordo com a física quântica, a criação se desdobra, de forma fluente e constante, como resultado de um princípio que participa de todos os acontecimentos do universo. A criação ocorre na medida em que as coisas estão sendo observadas.

 

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A Sra. Eddy está nos convidando a admitir que a ciência também é espiritual em vez de material.

Nathan Talbot: Para mim, são muito interessantes as formas com que a consciência continua tentando encontrar um modo de colocar Deus dentro desse cenário. Isso pode tomar diferentes aspectos, palavras diferentes daquelas que nós, Cientistas Cristãos, usaríamos, mas continua acontecendo. Existe uma pequena frase que os adeptos do design inteligente usam em sua luta contra a evolução. Eles falam da evolução como "naturalismo ateísta". Contudo, eles estão no mesmo campo de batalha da evolução, e me parece que, quando a Sra. Eddy se refere ao "ateísmo da matéria" (Ciência e Saúde, p. 580), ela mais ou menos está dizendo a ambos: "Vocês estão travando a batalha errada".

 Laurence Doyle: A Sra. Eddy também escreveu: "A criação e a evolução, ou manifestação, têm de ser espirituais e mentais, pois se originam e estão no Espírito, a Mente, que é tudo o que realmente existe. Isso é Ciência e é passível de comprovação" (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883-1896, p. 27). Portanto, ela usa "criação", "evolução" e "manifestação" como termos substitutos. É muito interessante que esses mesmos termos tenham se tornado o centro da controvérsia entre os campos da criação e da evolução.

Nathan Talbot: Essa é uma afirmação importante, porque não somente precisamos começar a admitir que a criação é espiritual em vez de material, mas a Sra. Eddy está nos convidando a admitir que a ciência também é espiritual em vez de material. Para alguns, isso talvez possa parecer como um salto impossível de se dar. As pessoas talvez possam começar a perceber a natureza mental das coisas, mas daí a admitir que a ciência seja verdadeiramente espiritual, isto é, que exista uma ciência divina que resolve todas as questões, é algo mais profundo.

 Laurence Doyle: Além do mais, a Sra. Eddy disse que é "passível de comprovação". As curas de Jesus comprovaram a verdade final sobre a criação, e somente tal prova pode resolver o debate.

 Nathan Talbot: Talvez seja por isso que podemos dizer que Jesus verdadeiramente foi "o homem mais científico que já palmilhou a terra" (Ciência e Saúde, p. 313), porque ele realmente provou a natureza espiritual das coisas. Ele nos convidou a fazer também o que ele provara: “Em verdade, em verdade vos digo, que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará...” (João 14: 12).

 

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Jesus penetrava por baixo da aparência superficial dos sentidos, e é isso o que os cientistas devem fazer.

Há alguns anos, tive o que parecia ser pneumonia galopante. A certa altura, quando estava bastante debilitado, ficou realmente muito claro para mim, que o Espírito, não a matéria, era minha verdadeira substância. Fiquei curado instantaneamente, os sintomas da doença desapareceram naquele momento. Cristo Jesus estava certo. Sua vida de espiritualidade mostrou o caminho a ser seguido, por mim e por qualquer pessoa, a fim de provarmos a harmonia da realidade espiritual.

 Laurence Doyle: Ele penetrava por baixo da aparência superficial dos sentidos, e é isso o que os cientistas devem fazer. As pessoas começaram a descobrir a ciência quando começaram a sobrepor a evidência da inteligência sobre a dos sentidos. A partir daí, elas começaram a mudar sua atitude: “É, parece que a terra é plana, mas vou optar pela evidência da inteligência sobre a aparência física”, e assim começou a era científica. Além disso, uma vez que enveredamos por esse caminho, aprendemos que o sol não gira em torno da terra, e isso levou a uma completa revolução científica. A partir daí, podemos ver aonde isso vai nos levar, para o lugar onde a evidência da inteligência é tudo e a evidência dos sentidos é completamente descartada.

Nathan Talbot: Talvez o fato verdadeiramente maravilhoso a respeito dessa revelação, seja o de que ela faz com que todos nós nos tornemos cientistas, no sentido relativo ao Cristo, em nossa capacidade de provar a realidade universal de Deus e Sua bondade. Além disso, provar a incontestável bondade de Deus seria a resposta final à questão da teodicéia.

 

Warren Bolon: Em uma reportagem de jornal sobre as teorias do design inteligente e da evolução, um cientista do Instituto Smithsonian foi citado quando disse: “Uma das regras da ciência diz que nenhum milagre é permitido. Essa é uma premissa fundamental a respeito do que fazemos” (“Ao explicar a complexidade da vida, Darwinistas e céticos entram em choque” [The New York Times, 22/08/2005]). Ele está argumentando contra a noção de que Deus, às vezes, intervém em um mundo material.

Nathan Talbot: Poderíamos concordar: “Nenhum milagre é permitido”. Isso é perfeitamente compatível com a lei divina.

Laurence Doyle: A Sra. Eddy define milagre como: “Aquilo que é divinamente natural, mas tem que ser aprendido humanamente...” (Ciência e Saúde, p. 591). Não existe nada chamado milagre no universo científico, mas existe algo chamado ignorância humana sobre as leis verdadeiras do ser. Quando Jesus curava o doente, por exemplo, desafiava o conceito limitado das pessoas sobre o possível. O que ele fazia era miraculoso para o pensamento humano ignorante, mas era natural pelas leis espirituais do universo.

Certa ocasião, quando estava na floresta amazônica, me alimentava com a comida local e nadava no rio o dia todo. Uma noite, fiquei muito doente. Consegui chegar até um telefone, mas a Praticista da Christian Science, a quem chamara pedindo que orasse por mim, não conseguia me ouvir claramente devido à má conexão. Ela apenas disse: “Está bem, meu caro! Trabalharei agora mesmo!” Bem, antes que voltasse para a cama, percebi que não tinha mais vontade de me deitar.

Tive uma sensação de segurança e de paz profunda, tal como quando a luz do sol dissipa a neblina da estrada no amanhecer, só que, mais rápido. Estava completamente curado. Portanto, esse era um “milagre” bem tangível. Como poderia uma praticista em San Diego, no estado da Califórnia, curar uma pessoa em Manaus, no Brasil, a milhares de quilômetros de distância, instantaneamente? A única explicação é que foi a Mente divina sempre presente que fez a cura, de acordo com a lei espiritual, revelando o que sempre foi verdadeiro, isto é, a realidade natural da saúde como meu verdadeiro ser.

 

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O sentido espiritual nos erguerá acima dos erros do sentido material e verá a realidade espiritual, não ao lado de uma realidade material, mas aqui mesmo, substituindo a realidade material.

 Nathan Talbot: Se confiássemos nos sentidos físicos, então um conceito Darwiniano de realidade poderia facilmente prevalecer porque, apoiado pelo pensamento secular no mundo, parece que foi isso o que aconteceu. É somente pelo sentido espiritual que descobriremos nosso caminho para fora dessa guerra entre a seleção natural e a crença de que Deus tenha criado a matéria. O sentido espiritual nos erguerá acima dos erros do sentido material e verá a realidade espiritual, não ao lado de uma realidade material, mas aqui mesmo, substituindo a realidade material.

 Laurence Doyle: É como se argumentássemos sobre números romanos contra números arábicos, perguntando: “Qual é o número verdadeiro?”. Os números não são criados por seus símbolos limitados, pois eles são mentais. A matemática sempre foi mental, pois é uma idéia. Além disso, a criação é a evolução de idéias inteligentes, como uma expressão contínua do Princípio ou Fonte do universo.

Nathan Talbot: Embora o design inteligente realmente se esforce em colocar Deus de novo no cenário, seu aspecto negativo é que essa teoria talvez faça com que a religião evite ter de enfrentar a questão sobre se a realidade é material ou espiritual. Além do mais, se adotarmos a perspectiva de que ela seja material, voltamos à questão da teodicéia: “Deus é realmente responsável por todo o mal?”

Se formos forçados a descobrir que a realidade é espiritual, então encontraremos uma resposta para a teodicéia. Por outro lado, se adotarmos o design inteligente como nosso senso de realidade, de fato colocaremos Deus de volta no cenário, mas ainda ficamos com enormes problemas em definir o quão amoroso Deus é em realidade.

 Laurence Doyle: A evolução talvez possa vencer a batalha no que concerne à educação, ou seja, como interpretar os fósseis, a geologia e as medidas de tempo da paleontologia. Mas, ao excluir a inteligência espiritual, os evolucionistas se colocaram em um beco sem saída. Além disso, a física, que hoje em dia lidera os debates sobre a natureza da realidade, no momento está sendo posta de lado pelos cientistas não-físicos, que, em grande parte, parecem estar simulando que a matéria seja uma realidade objetiva. Acho que um debate interessante dentro da comunidade científica ocorrerá em breve.

 Nathan Talbot: Você acha que, considerando-se a evolução, o pensamento se desenvolverá até chegar ao ponto de aceitar o primeiro capítulo do Gênesis, ou seja, a realidade espiritual? Ou terá de ocorrer um despertar no pensamento, ao invés de um raciocínio passo-a-passo para entender o primeiro capítulo do Gênesis?

 Laurence Doyle: A razão funciona muito bem se estiver fundamentada na premissa correta. Mas, se começamos com a premissa incorreta, podemos usar a lógica e, ainda assim, chegar a uma conclusão completamente incorreta. Portanto, acho que tem de haver uma revelação inicial ou inspiração, sobre o que realmente é a base da realidade.

 Nathan Talbot: Esta é a solução, ou seja, encontrar a premissa correta. Uma vez que adotarmos o segundo capítulo do Gênesis como premissa, provavelmente vamos ter uma longa batalha sobre inúmeras teorias limitadas. Uma mudança de pensamento, ou o poder do Cristo despertando o pensamento para começar a admitir o significado, as possibilidades e mesmo a realidade do Espírito, como sendo a substância da existência. Essa será a grande bênção.

 Laurence Doyle: A revelação, a razão e a demonstração são todas necessárias, como nos indicou a Sra. Eddy: a revelação para a premissa; a razão para a estrutura e a demonstração para comprovar cientificamente que a razão e a revelação foram completamente compreendidas.

 

 Warren Bolon: Como você disse, a atual controvérsia não é apenas sobre conflitos entre teorias que competem entre si, mas também entre o que as crianças estão aprendendo nas escolas.

Nathan Talbot: Um ponto conflitante é o que envolve aquilo que desejamos que nossos filhos acreditem. Queremos que eles acreditem, como alguns diriam, em um fato científico? Ou queremos introduzir pontos de vista religiosos, alguns dos quais podem estar sendo contestados? Essa é uma questão profundamente importante. Podemos ver a validade desse questionamento em ambos os lados, porque muitas pessoas sinceras não querem ver seus filhos totalmente separados de Deus na escola. Contudo, eles querem que os filhos compreendam a lógica da ciência. 

 Laurence Doyle: ovamente, o fundamentalismo dos dois lados da controvérsia freqüentemente insinua que tudo já está compreendido sobre a criação e a vida, e sobre sua origem. É importante introduzir um pouco de humildade no sistema educacional e dizer: “Está bem, realmente ainda não compreendemos completamente a vida. Vamos retroceder alguns passos e ter um pouco de humildade”.

Percebo, dentro da comunidade científica, uma violenta oposição a respeito do ponto de vista dos criacionistas e dos adeptos do design inteligente, mas sinto que os cientistas estão sendo atraídos a um debate que poderiam evitar. Talvez fosse melhor tomar esta atitude: “Vamos tomar uma posição científica, ou seja, a de que a origem das coisas está se desdobrando e que, finalmente, pelo método científico, compreenderemos o que a vida é”.

É uma questão de seguir o método científico que, por fim revelará a natureza da realidade corretamente, se fielmente aplicado, porque ele testa todas as teorias cientificamente; ou saja, com inteligência. Acho que esse processo, por si só, é sagrado. Portanto, em última análise, os temores do campo religioso, ou seja, de que Deus ficará de fora da criação, serão vistos como sem fundamento e, com certeza, descobriremos que Deus é muito mais do que percebemos atualmente.

 

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Necessitamos de humildade para recuar, ouvir e ser receptivo. Isso será necessário para começarmos a descobrir que a matéria não é a questão, mas, sim, que o Espírito é a realidade.

Nathan Talbot: Laurence, acho que um dos elementos básicos daquilo que você descreveu é a palavra humildade, porque sem ela, o pensamento ficará cada vez mais limitado. Quer sob a perspectiva da ciência ou da religião, necessitamos de humildade para recuar, ouvir e ser receptivo. Isso será necessário para começarmos a descobrir que a matéria não é a questão, mas, sim, que o Espírito é a realidade.

Jesus não via isso como uma teoria. Sua compreensão da realidade espiritual tornava possível que uma pessoa se levantasse da cama e caminhasse, ou que a mão ressequida de um homem ficasse sã, ou que uma febre desaparecesse ou que um pecador se libertasse. Esses são os resultados práticos de uma humildade que nos capacita a compreender a realidade do Espírito, ao invés de presumir a realidade da matéria.

 

Warren Bolon: Portanto, os pontos que vocês discutiram, ou seja, a criação como contínua revelação e não um evento físico, e a naturalidade das curas de Jesus, têm muito em comum: a constância. Ambas rejeitam a idéia de que Deus intervém em um mundo material. Ao contrário, Ele ordenou todas as coisas espiritualmente e o “milagre” é discernir essa ordem em nossa própria vida.

Nathan Talbot: O que é espiritualmente promissor sobre esse conceito de realidade é que ele é científico, tem credibilidade, é confiável; podemos estar certos de que ele cura. Sim, é tremendamente encorajador. A atual controvérsia não é apenas sobre o que deve ser ensinado nas escolas. Na escola da experiência humana, todos nós precisamos abrir o pensamento para o significado desse debate. Além disso, cada vez mais vidas espiritualmente fundamentadas, despertarão para a realidade de Deus. O debate é de importância vital.

Laurence Doyle: Também, não nos contentaremos com nenhuma conclusão até que a natureza dessas descobertas espirituais seja revelada. Queremos que o pensamento continue a ser estimulado, da melhor forma possível.

 

Fonte: O Arauto da Ciência Cristã, edição de abril de 2006. The Christian Science Publishing Society, todos os direitos reservados.

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segunda-feira, 3 de março de 2014

A ASTRONOMIA DA CIÊNCIA CRISTÃ

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Dr. Laurance Doyle, é o verdadeiro homem  renascentista, gosta de descobertas. Sua paixão é mergulhar nos mistérios científicos,  que  vai, como  freqüentemente citado na série  Jornada nas Estrelas,  para "onde nenhum homem jamais esteve". 

laurance on boat

Crédito: Sean F. Hanser

 

Muito antes da descoberta do primeiro planeta fora do nosso sistema solar, o astrônomo Dr. Laurance Doyle, que entrou para o Instituto SETI em 1987, começou a teorizar a respeito  da  habitabilidade de planetas em torno de outras estrelas, tornando mais claro sobre as condições necessárias para que um planeta possa favorecer a presença de  vida. Baseando-se em sua experiência em processamento de sinal, ele agora procura padrões em dados astronômicos, enquanto busca  planetas extra-solares .

Laurance começou a usar estas mesmas ferramentas estatísticas para procurar padrões na comunicação animal. Baseando-se em conceitos centrais da teoria da informação, ele e seus colegas da Universidade da Califórnia, em Davis, mediram precisamente a complexidade das canções de baleias jubarte. Comparando-os com a comunicação de outras espécies - incluindo os seres humanos . No futuro, ele pretende expandir essa linha inovadora de pesquisa, movendo-se para o próximo nível de compreensão da comunicação animal, e aplicá-lo  no SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence ). [Interview with Dr. Laurance Doyle – A Man of Many Firsts - www.seti.org/node/463]

Laurance Doyle, reside em Mountain View, CA, USA. Obteve grau  MSc.  na Universidade Estadual de San Diego (1982),    Ph.D. na Universidade de Heidelberg (1986). Trabalha como Astronomo no SETI  Institute  e NASA  Ames Research Center. Serviu a Primeira Igreja de Cristo, Cientista, A Igreja Mãe,  em Boston, EUA, como palestrante. Em outubro de 2013, no Centro Cultural Skirball, em Los Angeles, California,  em sua palestra "Física e Metafísica", conversou sobre como   as limitações da matéria estão sendo quebradas e como a ciência moderna está questionando  pressupostos estabelecidos.       

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A astronomia da Ciência Cristã

 

Laurance Doyle

 

Mary Baker Eddy escreveu: “Os sóis e os planetas ensinam lições sublimes” (Ciência e Saúde, p. 240). Interessei-me por astronomia quando ainda era muito jovem. Mas, também frequentava a Escola Dominical da Ciência Cristã. No encerramento de cada aula na Escola Dominical, o Superintendente lia “a exposição científica do ser”, que diz, em parte: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo” (Ibidem, p. 468). Portanto, perguntava-me como poderiam os sóis e os planetas ensinar lições sublimes, se eles são materiais?

Minha resposta veio de algo que Cristo Jesus ensinou, como também do que a Sra. Eddy escreveu sobre ele. Ao ensinar sobre o suprimento de Deus, Jesus disse: “Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles” (Mateus 6:28, 29). Portanto, podemos realmente aprender algo dos lírios, se pensarmos espiritualmente acerca do que eles possam nos ensinar. Achei muito interessante.

Eddy também escreveu: “Jesus de Nazaré foi o homem mais científico que já palmilhou a terra. Ele penetrava por baixo da superfície material das coisas e encontrava a causa espiritual” (Ciência e Saúde, p. 313). Isso talvez fizesse parte daquilo que Jesus estava nos ensinando a fazer: ver as coisas espiritualmente.

Será que eu poderia considerar as estrelas espiritualmente? Existiriam dois universos, um material que devemos deixar para trás e um espiritual que, por fim, iremos habitar?  Ou, em vez disso, há somente um universo que temos de deixar de ver materialmente e, ao contrário, percebê-lo como criado pela Mente infinita e composto por sua manifestação infinita? Seria o universo essencialmente matéria morta, ou Deus, a Vida, realmente enche todo o espaço?

Se essa última proposição for verdadeira, então, todas as coisas expressam a Vida?  Nesse caso, sóis e planetas também a expressam, e não deveríamos olhar para eles como objetos materiais, mas sim como ideias espirituais, como criações de Deus. Não seria essa a verdadeira astronomia, lições da grandeza espiritual da criação?

Ao profetizar sobre a Ciência Cristã nas profissões, Eddy escreveu: “O astrônomo não olhará mais para as estrelas - delas olhará para o universo... (Ciência e Saúde, p. 125).  Observei que “o astrônomo” nessa passagem está no singular, enquanto que “estrelas” está no plural. Portanto, essa sentença não está se referindo a viagens espaciais, nem tampouco a olhar a partir de uma única estrela. Olhar das estrelas é claramente uma perspectiva que só a Mente infinita pode ter.

Mas, então, lemos em Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896: “O homem é a imagem e semelhança de Deus; tudo o que é possível a Deus, é possível ao homem como reflexo de Deus(p. 183). Por conseguinte, não somente podemos ver o homem da criação de Deus como a Sua imagem e semelhança, o que leva à cura, mas também podemos ver o universo perfeito da criação divina, com resultados sanadores.

Saber que o universo está repleto das ideias de Deus, e não de matéria, inclui o elemento sagrado tão importante em todo o trabalho que fazemos. Meu trabalho profissional como astrônomo faz dos sóis e planetas (inclusive lírios) meus professores, quando me esforço por compreender o quão ilimitada a Mente infinita realmente é. Saber que a Mente é a fonte de tudo tem me habilitado a captar ideias inteiramente novas, à medida que aprendo a ouvir espiritualmente.

Saber que o universo está repleto das ideias de Deus, e não de matéria, inclui o elemento sagrado tão importante em todo o trabalho que fazemos.

Apenas como um exemplo referente ao meu trabalho, consegui descobrir (e desenvolver com meus colegas) três dos dez maiores métodos de detecção de planetas extrasolares, o quais estão atualmente sendo usados no mundo inteiro com o objetivo de encontrar planetas em torno de outras estrelas. Embora tenhamos de mostrar matematicamente, em trabalhos científicos e técnicos, que esses métodos realmente funcionam, ideias plenas sempre vieram como inspiração, juntamente com a certeza antecipada de que funcionariam.

Portanto, não importa qual atividade estejamos desenvolvendo, ela precisa ser compreendida como uma ação espiritual, quer seja limpar o chão ou buscar novos planetas. Eddy descobriu a Ciência dos ensinamentos de Cristo Jesus, com base no fato fundamental de que “a perfeição é a base da realidade" (ver Ciência e Saúde, p. 353).  A consagração de uma grande cientista foi essencial para a descoberta dessa verdade. Podemos adquirir conhecimentos práticos para descobrir essa perfeição e demonstrá-la, em tudo o que fizermos.

 

Fonte: O Arauto da Ciência Cristã, edição de agosto de 2012. Artigo publicado originalmente na edição de junho de 2011 de The Christian Science Journal. The Christian Science Publishing Society, todos os direitos reservados.

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PARA REFLETIR:

HOMEM. A idéia composta que expressa o Espírito infinito; a imagem e semelhança espiritual de Deus; a representação completa da Mente.  Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, p. 591:6-9.

FILHOS. Os pensamentos e representantes espirituais da Vida, da Verdade e do Amor. Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, p. 582: 29-30.

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sábado, 1 de março de 2014

A PRÁTICA DA CURA ESPIRITUAL NA CIÊNCIA CRISTÃ.

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De 5 a 8 de dezembro de 1995, realizou-se em Boston, nos Estados Unidos, um importante simpósio sobre o tema: " Espiritualidade e Cura na Medicina". Foi dirigido pelo Dr. Herbert Benson, sob o patrocínio da Faculdade de Medicina de Harvard e o Instituto Médico Mente/Corpo do Hospital Deaconess. (O evento foi financiado em parte pela Fundação John Templeton).

 

O ponto central do simpósio foi um profundo diálogo sobre a prática da cura espiritual realizada pelos seguidores de várias religiões importantes. O evento recebeu a cobertura de diversos órgãos da imprensa, inclusive a Rede de Televisão ABC, a revista Harper's e o The Christian Science Monitor, além de outros jornais. (Ver relato mais detalhado na edição do Monitor de 6 de dezembro de 1995, e no Christian Science Sentinel de 15 de janeiro de 1996.)

 

Harvard's seal sits atop a gate to the athletic fields at Harvard University in Cambridge, Massachusetts in this September 21, 2009 file photo. Harvard University is investigating allegations that approximately 125 undergraduate students cheated on a spring take-home final exam, school officials said on Thursday, disclosing what would be the largest cheating scandal in its recent history.  REUTERS/Brian Snyder/Files    (UNITED STATES - Tags: EDUCATION)

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A prática da cura espiritual na Ciência Cristã

 

colaboração de Virginia S. Harris e  Herbert Benson

 

 

Até poucos anos atrás, a maior parte das publicações sobre medicina e psicologia absolutamente não levava em consideração a religião e a espiritualidade como fatores importantes para a saúde. Alguns ensaios até argumentavam que a religião e a devoção a Deus podiam ser prejudiciais ao bem-estar mental, emocional e físico. Atualmente, entretanto, um número cada vez maior de respeitados profissionais da saúde e outros pensadores espirituais estão desafiando esse velho estigma e vêm pesquisando seriamente os efeitos curativos da oração, da espiritualidade e da religião.

De 5 a 8 de dezembro de 1995, realizou-se em Boston, nos Estados Unidos, um importante simpósio sobre o tema: " Espiritualidade e Cura na Medicina". Foi dirigido pelo Dr. Herbert Benson, sob o patrocínio da Faculdade de Medicina de Harvard e o Instituto Médico Mente/Corpo do Hospital Deaconess. (O evento foi financiado em parte pela Fundação John Templeton). O ponto central do simpósio foi um profundo diálogo sobre a prática da cura espiritual realizada pelos seguidores de várias religiões importantes.

O evento recebeu a cobertura de diversos órgãos da imprensa, inclusive a Rede de Televisão ABC, a revista Harper's e o The Christian Science Monitor, além de outros jornais. (Ver relato mais detalhado na edição do Monitor de 6 de dezembro de 1995, e no Christian Science Sentinelde 15 de janeiro de 1996.)

Em conseqüência do diálogo contínuo, de muitos anos, entre a Igreja da Ciência Cristã e o Dr. Benson, que vem pesquisando a cura em diversas religiões, foi aceito o convite para participar deste simpósio. Damos a seguir o texto da palestra proferida na ocasião, porVirginia S. Harris, C.S.B., presidente do Conselho de Diretores da Ciência Cristã. Também reproduzimos a introdução e as considerações finais do Dr. Benson.

 

TRECHOS DA INTRODUÇÃO DO DR. BENSON

Ao apresentar a Sra. Harris, o Dr. Benson contou que, com os anos, havia sido levado, por suas pesquisas sobre o valor terapêutico da meditação, em conjunto com o tratamento médico, a perguntar-se se a oração, como único recurso, poderia resultar em cura. "Vi que tínhamos um modelo a que poderíamos recorrer" disse ele, "ou seja, a Igreja da Ciência Cristã.. .. Isso aconteceu em fins da década de 70.. . .

"Paulatina e inexoravelmente, chegamos à conclusão de que há um terreno comum onde podemos trocar idéias, aprender uns com os outros. E foi necessária muita coragem, por parte da Igreja, para tomar essa posição, diante da animosidade que o assunto suscitou durante quase cem anos. E agora tenho a satisfação de dizer que estamos trabalhando juntos em prol de um entendimento de como o tratamento espiritual pode levar à cura."

 

PALESTRA DE VIRGINIA HARRIS

Boa tarde. É uma alegria e privilégio reunir-me com tantos sanadores e trocar idéias! Eu estava pensando, hoje de manhã, sobre como é forte o elo que nos une. Dei-me conta de que cada um de nós acorda todos os dias com o desejo de curar, consolar, aliviar o sofrimento, no maior número possível de casos e de circunstâncias.

Deus, Alá, Eloím, a Mente deífica. .. está sem dúvida abençoando este simpósio e todos os corações e mentes aqui reunidos. Todos viemos com a pergunta: Será que existe algum aspecto importante em nossa prática curativa, que talvez ainda nos falte conhecer? Será que existe um universo maior de saúde e sanidade, que precisamos compreender? E, em nossa busca de compreensão, poderemos apoiar-nos melhor mutuamente, para o bem da humanidade?

Creio que a humanidade chegou a um ponto, na pesquisa da relação entre mente e corpo, em que está ocorrendo uma transformação fundamental. As pessoas estão ansiando por um princípio curativo mais perfeito.

Não será acaso esta a aurora de uma mudança em nossa opinião sobre a relação mente/corpo, mudança essa tão significativa como a que ocorreu quando Copérnico lançou nova luz sobre nós e sobre o universo?

A cura espiritual é de importância vital para mim, pois lhe devo minha própria vida, literalmente. Espero poder compartilhar com vocês alguns vislumbres sobre o que estou aprendendo e vivendo no campo da espiritualidade e da cura, a partir de quatro pontos de vista distintos, a saber:

• como paciente, que desde a infância usufruiu dos benefícios da cura espiritual;

• como praticista e professora de Ciência Cristã, que pratica a cura e ensina os outros a curar;

• como membro do Conselho de Diretores da Ciência Cristã, com a perspectiva mundial de milhares de indivíduos que curam e são curados por meios espirituais;

• e como mãe, tendo criado três filhos saudáveis, utilizando apenas a forma de tratamento que hoje exporei. ____________________________

 

Gostaria de relatar o acontecimento que me tocou profundamente e solidificou minha confiança em Deus. Na verdade, foi o que me impeliu a abraçar a prática da cura como profissão.

Há dezenove anos fui vítima de um grave acidente automobilístico, numa via expressa de Detroit. Fui levada ao pronto-socorro de um hospital daquela cidade. Os médicos disseram a meu marido que não acreditavam que eu sobrevivesse. Queriam fazer uma cirurgia de emergência.

Nos breves intervalos em que estava consciente, eu ouvia os médicos e meu marido falando dos riscos da cirurgia. Eu não queria morrer. Naquele momento, dei-me conta de que meu marido e eu devíamos tomar uma decisão de suma importância quanto à forma de tratamento para mim: oração ou circurgia.

Pode parecer estranho, para a maioria de vocês, que uma pessoa que está sendo atendida num pronto-socorro nem sequer pense em algo que não seja a tecnologia e a técnica à sua disposição nesse lugar. Para mim, porém, havia uma decisão a ser tomada.

Eu queria viver. Tinha três filhos e queria vê-los crescer, terminar os estudos, formar uma família. Por isso escolhi o tratamento pela Ciência Cristã, pela oração. Vejam bem, eu havia, com êxito, me apoiado com confiança nas leis divinas da cura, durante toda a minha vida. Por isso, apoiar-me inteiramente em Deus, nesse momento, foi algo natural para mim. Não foi fé cega, mas sim a convicção que procede da experiência.

Meu marido telefonou a uma praticista da Ciência Cristã, pedindo tratamento, assinou os documentos que isentavam o hospital de toda responsabilidade, e eu fui levada para casa. Minha mãe e meu marido cuidaram de mim. Vizinhos e amigos ajudaram a cuidar das crianças.

Embora sentisse fortes dores durante os primeiros três dias, posso dizer com honestidade que foram dias de calma, repletos de oração por todos nós, preenchidos pela consciência do amor de Deus por mim. Eu sabia que eu era importante para Deus, não era insignificante nem estava longe dEle. Sentia-me em união com a bondade e o poder de Deus.

No segundo dia, porém, houve uma crise durante a qual pensei estar morrendo. O impulso mental para desistir da vida foi muito forte. Naquele momento, senti o amor e a presença de Deus de forma tangível, como que me segurando. Essa foi a força maior, a atração mais forte e, de fato, o único poder que havia. Compreendi que era a minha Vida!

O impulso de desistir, de morrer, diminuiu e depois cessou. Esse foi o ponto decisivo. Estava em terreno seguro e comecei a progredir rapidamente. Em duas semanas, eu estava curada, de pé, cuidando da família, levando as crianças para a escola.

Com essa cura, meu caminho estava traçado. Logo comecei a dedicar-me à prática pública da cura pela Ciência Cristã. ______________________________

 

A prática da cura pela Ciência Cristã começou cerca de 125 anos atrás, exatamente aqui, na região de Boston. Durante anos, Mary Baker Eddy procurou uma solução para sua saúde precária e enveredou por um caminho que não é estranho aos que hoje pesquisam a relação mente/corpo. Tentou a homeopatia, estudou a sugestão mental. Embora essas teorias a tivessem aproximado da medicina puramente mental, ela acabou deixando-as de lado, porque não incluíam a Deus.

Deus sempre fora parte essencial da vida da Sra. Eddy. A Bíblia era sua companheira constante, registro vital e lembrança clara da presença curativa e salvadora de Deus. Os relatos bíblicos de cura eram vivos e reais para ela: o menino epilético, a garota que estava à morte, a mulher que sofria de hemorragia havia doze anos, o oficial leproso e muitos, muitos outros.

No inverno de 1866, a vida da Sra. Eddy mudou completamente. Ela se machucou gravemente numa queda no gelo, na cidade de Lynn, Massachusetts. O médico que a atendeu achou que não havia esperança de recuperação. Ela pediu a Bíblia e leu relatos das curas efetuadas por Jesus. Seguiu-se um momento de profunda compreensão. Foi curada no mesmo instante.

Esse acontecimento mudou sua maneira de ver o mundo. Poderíamos dizer que foi para ela como passar da teoria de Ptolomeu para a de Copérnico. Acabou dando um direcionamento específico para suas pesquisas. Buscando uma explicação do Princípio da cura, ela aprofundou-se ainda mais no estudo da Bíblia. Testava o que aprendia, curando outras pessoas.

Um dia, por exemplo, recebeu um telegrama onde lhe pediam que fosse orar para uma mulher que estava morrendo de pneumonia. A paciente agonizava, respirando com muita dificuldade. A Sra. Eddy orou à sua cabeceira e a mulher foi curada. O médico que tratava do caso, o Dr. Davis, da cidade de Manchester, New Hampshire, que testemunhou o fato, instou com a Sra. Eddy que escrevesse um livro para explicar seu método de cura. 1

Seis anos mais tarde, em 1875, sua descoberta e sua explicação das regras da cura pela Ciência Cristã foram dadas a conhecer no livro ao qual deu o interessante título: Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Sua intenção era a de compartilhar liberalmente sua descoberta. Fundou mais tarde a Faculdade de Metafísica de Massachusetts, com alvará do estado para funcionar com finalidade médica. Também seguiu-se a organização de uma igreja com a missão de publicar a literatura da Ciência Cristã. Sua obra culminou com a fundação do jornal diário The Christian Science Monitor, tendo ela então oitenta e oito anos de idade.

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O último capítulo do livro Ciência e Saúde, com cem páginas, é uma compilação de relatos escritos por pessoas que foram curadas apenas pela leitura do livro. Desde 1880, curas do mesmo tipo vêm sendo registradas continuamente no The Christian Science Journal e, desde 1898, também no semanário Christian Science Sentinel. O número deste mês do Journal, por exemplo, relata curas da Austrália ao Brasil, desde ossos quebrados até cegueira e insônia.

Essas não são ocorrências fenomenais ou milagrosas. A Ciência Cristã as considera como ternos efeitos do Princípio da cura, que atua na vida de pessoas comuns, todos os dias, com naturalidade.

Há pouco tempo, um amigo me contou que acordou certa manhã com muita dor de cabeça e náusea. Nesse dia ele precisava dirigir um seminário sobre tributação societária. Mal e mal conseguiu levar avante as atividades da manhã.

Ao meio dia a dor era intensa e ele conseguiu encontrar um cantinho tranqüilo para orar. Usou umas poucas frases que lembrava, de Ciência e Saúde. Eram trechos daquilo que chamamos "a exposição científica do ser". Essa é uma declaração fundamental para a prática da Ciência Cristã. Começa assim: "Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo." 2

Ele pensou cuidadosamente sobre cada palavra, enquanto as dizia, ansiando pelo poder curativo por trás das idéias. Se essa afirmação da totalidade de Deus era verdadeira, ele sabia que a dor e o mal-estar que o afligiam não tinham o poder de permanecer. A dor cessou. Ele sentiu-se bem e voltou a dirigir o seminário. Ao todo, a oração e a cura levaram uns trinta minutos.

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A cura que Mary Baker Eddy teve levou-a a descobrir uma maneira totalmente nova de ver qual é a relação existente entre Deus, a mente humana e o corpo.

Anteriormente, ela havia aceitado a idéia convencional de que a mente humana é produto do mundo físico. Descobriu, porém, que o mundo material é o produto da mente humana. Em vez de aceitar o pensamento como um fenômeno da matéria, ela se deu conta de que a matéria é um fenômeno do pensamento.

Antes de sua descoberta, o estado mental de um paciente que, por exemplo, estivesse sentindo dores, era apenas um dos fatores atuando no caso. Depois da descoberta, ela viu que o pensamento é o paciente.

Repetindo: Antes de sua descoberta, o estado mental de um paciente que, por exemplo, estivesse sentindo dores, era apenas um dos fatores atuando no caso. Depois da descoberta, ela viu que o pensamento é o paciente.

O pensamento é, portanto, o lugar onde a mudança deve ocorrer, para que haja cura. Essa mudança se fundamenta no fato de que só existe um Deus, que é a Mente divina, e desse mesmo fato procede a mudança. Mente é uma palavra que freqüentemente usamos como sinônimo de Deus. O livro de Daniel, nas Escrituras, inclui estas palavras, que indicam que Deus é a fonte da inteligência: "Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder." 3 O uso que fazemos da palavra Mente, dessa forma, não se refere à mente humana, mas à Mente divina, real.

 
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Vou exemplificar como esse método de tratamento curou um problema em que havia uma causa orgânica diagnosticada por médicos.

Quando aceitei o pedido de tratá-la, Linda tinha catorze anos. Ela sofria daquilo que os médicos haviam diagnosticado como malformação artério-venosa. Desde criança, ela sofrera de agudas dores de cabeça e faltava muito às aulas na escola. Recebera cuidados médicos excelentes, mas o prognóstico não dava muitas esperanças. A cada três meses era submetida a cuidadoso monitoramento de seu estado. Um médico disse que ela seria atormentada por essas dores por toda a vida e nunca poderia ter filhos.

Outro médico consultado pela família ofereceu a possibilidade de uma cirurgia experimental, com 50% de chances de sobrevivência. Seguir-se-ia uma segunda operação uma semana depois, sem garantia alguma de uma solução permanente para as dores.

A mãe de Linda trabalhava no prédio onde eu tinha meu escritório. Um dia ela reparou nas iniciais C.S. depois de meu nome e perguntou o que significavam. Expliquei que eu era praticista da Ciência Cristã e ela lembrou que ouvira falar da Ciência Cristã, na faculdade. Indagou se Linda poderia ser curada e eu lhe disse que teria prazer em falar com a menina.

Linda começou a vir semanalmente ao meu escritório, para conversar comigo. Ela tivera pouquíssima educação religiosa, por isso começamos pelo básico, ou seja, a Bíblia.

Juntas lemos na Bíblia os relatos que evidenciam a bondade e o poder de Deus, especialmente as curas e os atos de Jesus. Raciocinamos que, como Deus a amava, Ele era uma presença amorosa na vida dela. Também examinamos em profundidade quem ela era realmente, como filha de Deus, e o que significa, especificamente e na prática, ser a imagem e semelhança de Deus, como diz a Bíblia. Ela começou a compreender que podia confiar no poder que Deus tinha para curá-la.

Depois de algumas semanas, Linda já não estava tomando remédios para as dores. Ela e os pais decidiram não fazer as cirurgias e confiar exclusivamente no tratamento pela Ciência Cristã. Foi aí que eu comecei a tratá-la pela oração.

Como sanadora, meu papel é o de ajudar o paciente a aceitar no pensamento a presença da lei curativa da Mente divina e ceder a seu poder. O praticista ora humilde e persistentemente para compreender a capacidade infinita de Deus para sustentar Sua criação. Esse raciocínio espiritual alcança e modifica o pensamento do paciente, da doença para a saúde, restaurando dessa forma o corpo.

Esse tratamento metafísico, ou seja, a aplicação da espiritualidade à cura, faz com que o pensamento, ou seja, as crenças que estão governando o modo de pensar do paciente, cedam lugar a pensamentos mais santos, mais espirituais. É esse o efeito da oração guiada pela Mente divina. Realmente sente-se o Divino abarcando o humano, é uma conexão ativa, uma unificação com Deus.

Meu primeiro contato com Linda ocorreu em outubro. Pelo fim de novembro ela estava totalmente curada. Ela não tomou medicamentos, não se submeteu às operações e não teve mais dores de cabeça. Hoje, dezesseis anos depois, ela está casada e tem dois filhos.

Recentemente, perguntei-lhe se houve algum momento,durante o tratamento, em que ela se lembre de haver sentido uma mudança ocorrendo. Ela respondeu que foi quando compreendeu que estava a salvo, que não havia nada para temer. Disse que não teve nenhuma ansiedade no decorrer do tratamento. Estava confiante, e estas são exatamente suas palavras: "adquiri controle sobre meu corpo".

A propósito, quando ela voltou para o colégio, já curada, os amigos quiseram saber como, por que, o que fizera. Suas respostas e a cura em si impressionaram pelo menos dois amigos, que começaram a ler Ciência e Saúde. Um deles foi curado do vício das drogas pelo estudo e tratamento da Ciência Cristã.

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Todos nós aqui reunidos, que lidamos diretamente com pacientes, sabemos muito bem quais são os efeitos negativos que o medo tem sobre a saúde e a recuperação da pessoa. EmCiência e Saúde, a Sra. Eddy instrui os sanadores: "Começa sempre teu tratamento acalmando o medo dos pacientes." Nessa mesma linha de pensamento, ela explica: "A causa promotora e base de toda doença é o medo, a ignorância ou o pecado. A moléstia é sempre provocada por um falso conceito mentalmente cultivado, não destruído. A moléstia é uma imagem exteriorizada do pensamento.. .. Tudo o que se abriga na mente mortal como condição física, projeta-se no corpo."  4

Na prática da Ciência Cristã, o medo é vencido pelo aumento da espiritualidade, da compreensão do poder do amor de Deus. O poder e a presença de Deus, aceitos no pensamento, não deixam espaço, na consciência humana, para o medo, a dor, ou a doença. Na Bíblia, o Apóstolo João prometeu: "Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.. .. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento." 5

 

O que dizer de casos em que o problema é comportamental e a dor ou a angústia são claramente mentais? Como, por exemplo, o comportamento compulsivo ou autodestrutivo. Eu tratei um caso desses, não faz muito tempo, o caso de Paula.

Há dois anos, Paula se formou na faculdade. Tinha um metro e setenta e dois de altura e pesava pouco mais de quarenta e cinco quilos. Nada de estranhar, suponho, considerando que pretendia seguir a carreira de modelo em Nova Iorque.

Depois da formatura, viajou pela Europa por diversos meses e voltou para casa pesando ainda menos. Bebia uma quantidade excessiva de água. Os pais ficaram preocupados. Primeiro consultaram uma nutricionista, em busca de conselhos sobre alimentação. O consumo de água continuou a aumentar, e o de alimentos, a diminuir. Em pouco tempo, o peso da moça caiu para trinta e seis quilos.

Os pais decidiram interná-la numa clínica especializada em problemas de alimentação. Esperavam que a equipe clínica pudesse ajudar a filha em seus hábitos alimentares. Nos exames feitos na hora da internação, os médicos ficaram surpresos e contentes ao constatar que o cérebro da jovem não havia sido afetado. Mais ou menos a essa altura, Paula e seus pais pediram-me para orar por ela. A equipe clínica reconhecia a eficácia do tratamento pela Ciência Cristã e concordou em continuar com esse método, em vez de recorrer à medicação.

Os pais da moça a visitavam sempre que possível e o pessoal da clínica telefonava para eles quando as coisas não iam bem. O médico, que era muito receptivo à cura espiritual, avisava os pais sobre os aspectos que precisavam ser tratados pela oração.

Ali estava uma jovem que precisava desesperadamente de ajuda. Havia períodos em que tinha necessidade constante de apoio pela oração. Nesses períodos cruciais, ela me telefonava de hora em hora e eu orava constantemente por ela.

Ao tratar um estado mental desse tipo, acho essencial compreender que o paciente não é uma vítima fraca e vulnerável. Não existe poder oposto a Deus. A energia espiritual, ou seja, a atividade regeneradora de Deus, controla as ações humanas e pode corrigir um comportamento compulsivo.

Ao mesmo tempo, surge às vezes a necessidade de ajudar os pacientes a tomarem consciência de onde seu próprio pensamento os está levando. Lembro-me de um dia muito difícil, em que pedi a Paula para ver-se como quem está numa escada em espiral. Podia subir um degrau ou deixar-se puxar para baixo. As promessas inconsistentes, que tentam o pensamento a proceder compulsivamente, puxam o indivíduo para baixo. A convicção e a certeza do valor dado por Deus a cada pessoa espiritualizam o pensamento, capacitando-o a ceder ao poder de Deus, quebrando, dessa forma, o jugo do vício. Quando ela captou essa idéia simples, a mudança foi marcante. Ela dobrou a esquina, por assim dizer.

Seu peso aumentou para cinqüenta quilos e ela foi para casa. Certo dia, pouco tempo depois, ela acordou e disse: "Tenho de comer." Sentiu-se livre do desejo constante de beber água e logo recuperou o apetite normal. Ela pesa agora quase sessenta e seis quilos (mais semelhante à maioria das pessoas) e sabe que nunca mais será arrastada para um comportamento autodestrutivo.

O médico disse aos pais de Paula que o problema havia sido tão grave quanto uma toxicomania e que essa forma de desnutrição poderia ter sido fatal.

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Através dos tempos, mulheres e homens espiritualizados oraram e curaram a si mesmos e a outros, física, moral e emocionalmente. Existe um claro encadeamento de cura na religião e na Bíblia. O método de cura que praticamos na Ciência Cristã provém dessa herança, herança que inclui vidas modificadas e físicos curados. Em todos os casos que mencionei, a cura física foi de grande porte. Mas o efeito muito mais importante foi o de vidas transformadas, regeneradas e consolidadas na compaixão e na espiritualidade.

A revolução de Copérnico foi uma mudança fundamental de percepção. Os astrônomos nunca mais voltaram à visão anterior sobre o sistema solar. Da mesma forma, Mary Baker Eddy abriu uma nova fronteira, ao deixar a física em favor da metafísica, reconhecendo que a Divindade, Deus, a Mente divina, é o centro de Seu universo, e que o homem espiritual é Sua idéia mais elevada, o alvo de Seu cuidado. Ciência e Saúde explana completamente essa descoberta. (Nove milhões de exemplares vendidos, está traduzido em dezesseis idiomas e transcrito em Braille inglês.)

Muito embora uma descrição de meia hora do sistema de cura da Ciência Cristã seja forçosamente incompleta, eu gostaria de concluir, salientando os seguintes pontos principais:

• Primeiro, a Bíblia é um guia inspirado e confiável para a saúde física e mental.

• Segundo, a prática da cura pela Ciência Cristã se baseia num Deus único, amoroso e todo-poderoso, que está sempre presente.

• Terceiro, não somos vítimas fracas e vulneráveis; somos a imagem e semelhança de Deus, somos Seus amados filhos.

• Quarto, é no pensamento que deve ocorrer a mudança, para que haja cura. Essa mudança se fundamenta no fato de que há um único Deus, a Mente divina, e esse fato é o que propicia a mudança.

• E finalmente, a cura pela Ciência Cristã não é uma técnica sofisticada, não é milagrosa, não se baseia na fé cega nem na força de vontade. É antes um ato de graça e de confiança inocente naquilo que o Princípio divino, Deus, sabe a nosso respeito.

Em poucas palavras, esses cinco pontos resumem os elementos importantes da prática da cura pela Ciência Cristã.

Todos nós deixamos nosso trabalho diário para nos reunir durante estes três dias e examinar a espiritualidade e a cura. Em honra desses dias importantes e como encorajamento para os dias que virão, ofereço, à guisa de bênção, estas breves palavras de Ciência e Saúde: "Ao contemplar as tarefas infinitas da verdade, paramos — ficamos atentos a Deus. Depois investimos para a frente, até que o pensamento sem peias caminhe embevecido e se dêem asas à concepção ilimitada para que alcance a glória divina." 6

 

OBSERVAÇÕES DO DR. BENSON DEPOIS DA PALESTRA DA SRA. HARRIS

Após a palestra da Sra. Harris e um período de perguntas e respostas sobre a cura pela Ciência Cristã, o Dr. Benson disse: "Ao compreendermos melhor a relação entre espiritualidade, cura e medicina, acho que devemos nos perguntar: "Quais são os riscos e quais os benefícios da medicação atual? Quais são os efeitos colaterais? Quais são os efeitos de se usar. .. menos, ou nenhum remédio?". .. Acho que um dos resultados deste simpósio é levar-nos a examinar introspectivamente o risco de usarmos o tipo de cura de que falamos hoje, em comparação com os riscos e benefícios de se tomar os remédios que atualmente receitamos."

Ao concluir-se a sessão em que a Sra. Harris falou, muita gente logo se juntou à sua volta, representantes de muitas profissões e localizações geográficas. Nessa ocasião e em outros momentos, durante o simpósio, a Sra. Harris falou em particular com muitos dos quase mil participantes registrados no encontro. Esses pensadores pioneiros demonstraram grande interesse pela cura mediante a Ciência Cristã.

• Ficou evidente que a Ciência Cristã foi considerada um método confiável de cura. As pessoas perguntavam como poderiam entrar em contato com algum praticista da Ciência Cristã, buscando a cura para si ou familiares. Foi-lhes indicada a lista de praticistas, Salas de Leitura e igrejas filiais, publicada no The Christian Science Journal.

• Houve médicos que perguntaram sobre o tratamento pela Ciência Cristã e sua aplicabilidade à profissão deles. Um médico, por exemplo, que havia comprado um exemplar de Ciência e Saúde na área de vendas de livros, disse que ouvira falar da Ciência Cristã em sua família e queria saber o que precisava ler no livro, que o ajudasse a curar melhor. Esses médicos viram em Ciência e Saúde um livro de referência, para atender melhor seus pacientes.

• Houve participantes que pediram mais palestras sobre a Ciência Cristã para vários grupos do campo da saúde, grupos religiosos, faculdades e universidades.

Desse intercâmbio com médicos, enfermeiros, administradores hospitalares, psicoterapeutas, religiosos e outros que trabalham na área da saúde, surgiram diversos resultados, a saber:

• Interesse em encontrar mais pontos em comum onde a cura espiritual, especialmente como é praticada por estudantes da Ciência Cristã, possa ser útil aos que trabalham na medicina.

• Melhor compreensão sobre a Ciência Cristã e seu ministério de cura.

• O reconhecimento da importância da oração e da espiritualidade na cura, e de que esses fatores não devem ser escondidos, menosprezados nem forçados a se adaptarem a modelos materialistas.

Havia participantes de quarenta e sete estados dos Estados Unidos, bem como do Canadá, Japão, Malásia e diversos países da Europa e América Latina. Um espírito de pesquisa honesta e aberta se fez sentir em todas as apresentações e conversações informais. Nenhuma prática espiritual de cura e nenhuma idéia foi colocada em julgamento. Um comentário típico era: "Estamos buscando pontos em comum para o bem comum da humanidade."

Durante os três dias, estiveram à venda exemplares do The Christian Science Journal e do Christian Science Sentinel, bem como duas obras de Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde e The People's Idea of God (A idéia que as pessoas fazem de Deus). Todos os dias, foram colocados à disposição dos participantes exemplares gratuitos do The Christian Science Monitor.

 

O Cientista Cristão genuíno ama protestantes e católicos, pastores e médicos, — ama a todos os que amam a Deus, o bem, e ama seus inimigos. Ver-se-á que, em vez de opor-se, tal pessoa serve os interesses tanto dos profissionais da medicina quanto da cristandade, e eles prosperam juntos, aprendendo que o poder da Mente é boa vontade para com os homens. Assim vem à tona o metal precioso do caráter, e o ferro da natureza humana enferruja e se desfaz; a honestidade e a justiça caracterizam aquele que busca e encontra a Ciência Cristā.  Mary Baker Eddy - The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 4

 

1 Ver The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 105.  2 Ciência e Saúde, p. 468.  3  Daniel 2:20.  4 Ciência e Saúde, p. 411. 5  1 João 4:16, 18.  6 Ciência e Saúde, p. 323.

 

Fonte: O Arauto da Ciência Cristã, agosto de 1996, The Christian Science Publishing Society, todos os direitos reservados.

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